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O cabeçalho esquisito...

O estranho cabeçalho resulta da associação anglófona (em termos de estrutura gramatical) das palavras "Saúde" (Shenti, em Mandarim) e "Fénix" (Perit ut vivat, em Latim), como forma de evidenciar a ideia de promoção do "renascimento da saúde" (tanto em termos conceptuais como empíricos), ambicionada por este blog.

Assim, se por um lado o termo "Fénix" foi escolhido para traduzir o dom que a medicina tem de devolver "vida" a algo inerte, por outro, a selecção propositada do termo chinês para "Saúde" constituiu um meio de aludir à minha actual área de estudo (Medicina Tradicional Chinesa) e da minha convicção pessoal na sua eficácia e eficiência.

Esta interacção cultural (entre línguas ocidentais e orientais) pretende revelar o carácter universal das tão erroneamente designadas "medicinas alternativas".

De facto, a "alternativa" mais fácil tem sido optar por soluções rápidas e fáceis (ignorando por completo sinais e sintomas do nosso corpo), passando a adjudicar a capacidade de auto-cura a terceiros. Penso que o verdadeiro legado da medicina alopática consiste na criação de uma legião de pacientes que delega integralmente a capacidade de auto-cura que reside em cada um de nós... E por isso, é que as soluções da medicina convencional não são acessíveis à bolsa de todos...


EF

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Férias e Gripe A (H1N1)

Após um fim-de-semana em modo "expresso" em Londres a fim de matar saudades da família, dei comigo envolta nos meus pensamentos a reflectir sobre a Gripe A e o sentimento de histeria associado à sua rápida disseminação...E, de repente, lembrei-me que a maioria das pessoas não sabe distinguir uma constipação de uma gripe ou, sequer, de uma crise alérgica. Se até hoje, isto não constituia um grande problema, em tempos de pandemia anunciada certamente que faz toda a diferença...

Uma tosse, um espirro, um estado mais febril, uma voz mais anasalada são agora sinais de um pânico surdo...É inevitável. Faz parte da condição humana e está gravado nos nossos genes (pois no fundo não passamos de meros animais domesticados pelas normas da sociedade) o instinto de sobrevivência mais básico. De facto, quando a nossa própria existência se encontra ameaçada por factores que não controlamos, aí sim é que nos deparamos com as nossas verdadeiras necessidades «básicas».

E porque as férias servem para recompor as nossas baterias, aqui deixo um «link» interessante para que possam diferenciar uma constipação de uma gripe. Só faz sentido estarem mais alarmados com a eventualidade de estarem infectados pelo vírus H1N1 se apresentarem sinais e sintomas associados a uma gripe. Até lá...disfrutem do máximo do descanso merecido!

http://www.roche.pt/sites-tematicos/gripe/index.cfm/gripe/gripe-e-constipacao

Mais informo que os critérios no referido «link» não devem ser interpretados de forma taxativa, devendo ter em consideração outras variáveis que possam influenciar no vosso auto-diagnóstico. Assim, por exemplo, uma gravidez ou uma turbulência no avião depois de ingerirem alimentos podem dar azo a casos de vómitos (um dos sinais de alerta para a Gripe A). Uma vida desregrada implica um desgaste energético acentuado e, como tal, implicar uma sensação de exaustão (outro dos sinais). Há que não esquecer...o nosso corpo é algo de funciona de forma holística...

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Para onde caminha a Medicina Tradicional Chinesa (MTC)?

"A MTC é única na personalização do tratamento ao indivíduo. A moderna medicina ocidental tende agora a seguir igualmente esta direcção." (Fonte: http://news.sma.org.sg/4104/TCM.pdf)

Parece evidente que o fenómeno da “globalização”, tão sobejamente conhecido no mundo económico, parece estar finalmente a chegar à saúde... a um ritmo lento, é certo, mas já criando alguma massa crítica de onde sairão os futuros agentes da mudança. Neste sentido, as escolas de formação “alternativa” proliferam para dar resposta a uma procura crescente de interessados nestas áreas não comprovadas pelo método científico. Mas como quantificar os benefícios psicológicos (e, consequentemente, físicos e fisiológicos) de um tratamento humanizado? Talvez o referido aumento possa ser um bom indicador...

Há coisas que realmente o dinheiro não deveria comprar como a nossa identidade enquanto indivíduos, que frequentemente nos é roubada quando estamos doentes e somos tratados tipo “chapa 100”. Estamos tão habituados a delegar a nossa capacidade de auto-cura que não são raras as vezes em que nos sentimos gratos à classe médica só pelo facto de nos atenderem… quando do outro lado também deveriam agradecer pela confiança depositada. Esta relação médico-paciente encontra-se claramente desequilibrada, favorecendo (i) as negligências médicas com aprovação tácita do próprio paciente e (ii) o acréscimo de despesas, que seria de evitar no contexto da actual crise. E talvez por isso, se procure cada vez as medicinas alternativas onde todos os factores da vida do paciente são considerados importantes já que interferem com o seu bem-estar (sobretudo psicológico, muitas vezes desvalorizado pela medicina convencional), e, portanto, com a sua felicidade.

Enquanto seres humanos, encontramo-nos numa busca incessante (e, portanto, sustentável) pela felicidade, a qual nos consome diariamente. Uma vez que se trata de algo muito pessoal, a reposição da saúde dispendida no seu encalço também deverá sê-lo.

Deixo a todos os estudantes de MTC uma perspectiva de alento, manifestada pela Vice-Primeira Ministra da República Popular da China (Wu Yi) na passada "Conferência Nacional sobre o Trabalho da MTC 2008" sobre esta temática: "A MTC apresenta amplas perspectivas e um enorme potencial de desenvolvimento" (Fonte: http://china.org.cn/business/2008-01/25/content_1240842.htm)